sábado, 26 de março de 2011

Não... Não perca.


Não perca seu tempo comigo. Porque não quero entrar no seu carro se eu não puder entrar na sua vida, não me conte seu passado se eu não puder viver seu presente, não faça planos comigo se não puder me incluir no seu futuro, não me apresente seus amigos se, amanhã, vou virar só mais uma. Me poupe do trabalho de adivinhar seus pensamentos, diga que me quer apenas quando for verdade, eu não vou te pedir nada, não vou te cobrar aquilo que você não pode me dar. Mas, quando estiver comigo, seja TODO você, corpo e alma, por favor, não me apareça pela metade.

terça-feira, 8 de março de 2011

Retalhos


É assim que todos terminamos. É assim que vivemos. Como uma colcha de retalhos, sim. Talvez já deva estar parecendo óbvio o meu raciocínio. Eu estava conversando com uma amiga um dia desses. Enquanto caminhávamos pela quadra, conforme a noite avançava sobre o céu laranja salpicado de lilás e as confidências ecoavam no que restava de luz do sol que se despedia, cheguei à seguinte conclusão: Todas as pessoas passam por nós deixando algo para e em nós, e levando algo de nós. Pessoas. Nascemos inteiros e logo nos primeiros segundos de vida já somos compartilhados. Sim, a uniformidade se desfaz, um pedaço de nós já está com alguém e um pedaço deste, em nós. Assim segue a vida, assim cada um vai deixando e juntando pedaços. É bem verdade que as vezes ficamos cheios de buracos vazios. Esses são preenchidos por faixas coloridas, quadrados floridos de um pano bonito, mas tudo a seu tempo. Porque mesmo os espaços vazios nos ensinam alguma coisa. Também é verdade que, as vezes, dói para costurar os pedaços novos; que, de vez em quando, os pedaços parecem feios ou inúteis, só pra descobrir, mais tarde, o tamanho do buraco que ele estava tapando. No fim, não temos uma cor ou uma estampa só. Compartilham experiências, tristezas, alegrias, maturidades, razões, confuzões, cinzas, renascimentos, emoções, amores, vidas. Pedaços. São esses pedaços que fazem de nós o que somos. Uniformidade é pra quem não viveu, quem não mudou, quem não fez diferença. Ainda há uma vida a se viver e muitos retalhos pra juntar, há buracos para tapar e deixar ser tapados. Seja. Viva. Compartilhe. Doe. Termine como a mais linda e diversa colcha de retalhos. Vamos ver quem consegue mais pedaços?